o texto do livro de Jonas não diz que ele foi engolido por uma baleia: a palavra “ketos” traduzida por Figueiredo “baleia”, significa “um grande peixe” que, segundo o livro de Jonas, Deus tinha preparado.
Este assunto é discutido minunciosamente por W.R. Bradlaugh em “The Cristian’s Armoury”. Pág. 433, do qual traduzimos o seguinte:
“O Canis carcharus, um tubarão ou cão do mar, é conhecido por frequentador dos mares por onde um navio tem de passar, viajando de Jope a qualquer porto espanhol”. Segundo todos os livros modernos de zoologia, um carcharus tem o comprimento normal de 10 metros, quando adulto.
“O célebre naturalista francês Lacepede diz que o cão do mar pode engolir animais muito maiores que um homem sem os mutilar”. As suas próprias palavras no ‘Histoires des Poissons’ são as seguintes ‘Os cães do mar têm uma queixada inferior com quase dois metros de extensão semicircular, o que nos deixa compreender como podem engolir animais inteiros tão grandes como eles mesmos’.
“É bem conhecido de todos os zoólogos que a voracidade dos cães do mar, e mesmo de toda a família dos tubarões, é tal que nunca mastigam o seu alimento, mas engolem tudo sem mastigar. Blumenbach, o eminente zoólogo alemão, no seu Manual de História Natural”, como autoridade científica, afirma que se têm apanhado cães do mar com o peso de cinco toneladas, e que já foi encontrado até um cavalo inteiro no estômago de um cão do mar.
“O naturalista Muller confirma essa afirmação de Blumenbach, e descreve um tubarão encontrado na ilha Margarida que tinha engolido um grande cavalo sem o mutilar!”
‘“O distinto ictiólgo, Gunter, fala de um destes tubarões em que se encontrou inteira uma vaca-marinha do tamanho de um boi”.
Outro naturalista, M. Brunich, igualmente autoridade científica, assevera que foi capturado no Mediterrâneo um tubarão, perto de Marselha, em que havia dois atuns com o peso de quinhentos quilogramas, e, além deles, um homem completamente vestido, sem a sua roupa ser resgada.
É evidente por isso, que na suposição de que esta espécie de tubarão seja o “grande peixe” mencionado na narrativa, não existe nenhuma impossibilidade física em ele ter engolido Jonas. É interessante notar que Plínio (50 d.C) escreveu a respeito do esqueleto de um monstro marítimo com o comprimento de 13 metros, cujas costelas eram mais altas do que as do elefante da Índia. O esqueleto acrescenta ele, foi trazido de Jope, uma cidade da Judéia, e exposto em Roma por M. Scaurus ( de ‘Sience Siftings’, Nov. 6.1897).
Mas para mostrar que não é impossível mesmo uma baleia engolir um homem, podemos nos referir ao caso de um marinheiro ser engolido por uma baleia e depois achado vivo dentro do corpo morto desse animal. O caso foi traduzito do “Cotton Factory Times”, 2 de agosto de l891, e publicado no Boletim Evangélico de Novembro de 1934.”
Extraído S.E. Macnair A Bíblia Explicada.