As cobras têm péssima fama. Na vida é assim e na Bíblia também.
Jesus comete uma exceção quando recomenda que sejamos prudentes como as cobras (Mt. 10:16), texto cuja interpretação nos incomoda. Certamente, Jesus elogia uma virtude das serpentes: a de não se arriscar. Elas se preservam e se protegem. A este cuidado devem a sua sobrevivência. De igual modo, as famílias sábias precisam aprender a virtude do autocuidado. Os mais jovens precisam aprender a não se arriscar. Muitas vezes, seus pais os advertem para os perigos, mas muitos simplesmente acham que os perigos não existem. As cobras sabem que existem e os evitam. Por isto, sobrevivem. Algumas chegam a 40 anos, o que é muito. Devem esta longevidade ao fato de serem prudentes. Fora disso, nada de bom podemos aprender com elas. Desde o Éden, sua imagem é a pior. Mesmo no deserto, quando a escultura de uma delas é exposta no alto, como forma de salvação nacional, sua referência acaba sendo ruim. Chamada de Neustã (2Rs. 18:4), acabou adorada pelos israelitas, em grande desobediência aos mandamentos de Deus.
No livro de Provérbios, ela é mencionada sempre de modo negativo. Leiamos:
“Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma donzela. Tal é o caminho da mulher adúltera: come, e limpa a boca, e diz: Não cometi maldade”. (Pv. 30:18-20 – ARA)
“Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco”. (Pv. 23:31,32 – ARA)
O sábio bíblico usa as cobras para nos advertir quanto a dois perigos destruidores de família: a infidelidade conjugal e o vício do álcool. Todos sabemos o quanto o adultério e o álcool mata, como cobras. Quando uma cobra anda sobre as rochas (penhas), elas aparecem e desaparecem. Assim são os adúlteros, que aparecem e seduzem, como se tudo fosse perigoso, até que o veneno seja desferido. Nossa família deve cuidar no seu caminho, para que as serpentes, saídas das trevas, não a ataquem. A destruição pode ser irreversível. Nossa família tem flertado com o álcool, presença cada vez mais marcantes nos casamentos e até nos aniversários de crianças, como se as pessoas não fossem se divertir se não houvesse bebida alcoólica na festa. O discurso comum é que uma coisa é beber e outra é se embebedar. O importante é beber com moderação, diz a pedagogia governamental. Todos os flagrados dirigindo imprudentemente pelas avenidas e rodovias estavam certos que tinham bebido moderadamente antes de pegarem no volante para dirigir, morrer e matar. Nossa família não pode brincar com isto. O álcool é uma cobra venenosa.
Israel Belo de Azevedo