“Melhor é encontrar uma ursa da qual roubaram os filhotes do que um tolo em sua insensatez.” (Pv 17:12) diz a sabedoria bíblica.
Pouco sabemos sobre os ursos. Sabemos que são grandes e comem de tudo. Embora sejam pesados, podem se descolocar rapidamente. Quando atacam, usam uma de suas patas e os braços, com os quais apertam a vítima, cravando nela suas unhas poderosas. Muitas vezes, matam com um único golpe.
A fêmea é considerada mais feroz que as leoas, por exemplo. O guerreiro Davi é comparado a uma ursa de quem roubaram os filhos na floresta (2Sm 17:8). Deus mesmo, pela boca do profeta, se apresenta como uma ursa que tudo faz para resgatar seus filhotes (Os 13:8).
Podemos aprender com a ursa a cuidar das crianças de nossa casa. Elas têm sido vítimas de ataques ferozes, nos meios de comunicação e nas escolas. Elas têm sido expostas a informações que não podem discernir e a fazer coisas que as vão destruir.
É dever da família proteger suas crianças. Elas não podem se defender a si mesmas. Protegemos nossas crianças quando lhes ensinamos os valores vindos da Palavra de Deus, sempre atestados por nossas atitudes. Dizer uma coisa e fazer outra é um desastre, do qual dificilmente as crianças vão se recuperar.
A ferocidade de uma ursa é comparada a uma pessoa insensata. O sábio bíblico garante que a insensatez humana é mais perigosa que a força de uma ursa magoada.
Quem nos livrará de nós mesmos? Quem nos livrará do urso que habita dentro de nós, pronto para devorar tudo, a começar por nós mesmos? Devemos vigiar para não fazer o que queremos, mas só o que devemos, nesta batalha espiritual (Rm 7:17-21) que nos acompanhará até o juízo final.
Não podemos agir com insensatez. Temos que conhecer a nós mesmos, sabendo que somos capazes de fazer o que não devemos. Temos que aprender com Jesus, aquele que foi manso e humilde (Mt 12:28). Temos que aprender a pastorear o nosso temperamento, para que vivamos como pessoas guiadas pelo Espírito de Deus (Rm 8:14).
Precisamos evitar os insensatos, aqueles que agem por impulso, que visam a seus próprios interesses apenas, que não pensam antes de agir. Não podemos ser ingênuos: as más companhias pervertem até os bons (1Co 15:33).
Não temos nada a aprender com os insensatos. Se não os pudermos corrigir, não permitamos que nos façam iguais a eles.
De uma ursa, só podemos reter o cuidado com os participantes de nossa família. No mais, se formos mais fortes não devemos usar nossa força (dos músculos e da língua) para destruir. Nossa força, se a temos, deve ser empregada para construir, nunca para apequenar, menosprezar, humilhar ou matar.
Israel Belo de Azevedo